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Análise de Risco: por que alguns não fazem? A Ciência explica!

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Análise de Risco: por que alguns não fazem? A Ciência explica!

Como os Neurocientistas explicam como escolhemos

Você já deve lido inúmeras vezes que somos o resultado de nossas escolhas. Não podemos mudar o passado, e o futuro depende das nossas escolhas também.

Na Segurança do Trabalho, o grande diferencial entre um trabalhador potencialmente perigoso e com alto percentual de sofrer um acidente de trabalho nos próximos anos, está na analise de risco em relação às atividades que desenvolve.

As atividades rotineiras em si geralmente não são o grande problema. Mas com empresas cada vez mais enxutas, é cada vez mais usual que o trabalhador desenvolva outras ações. As chamadas “não-rotineiras”.

Por exemplo, o funcionário de uma montadora trabalha na montagem do eixo traseiro. E foi decido que naquele dia a mão-de-obra dele seria aproveitada. Realizando a análise de risco ele aciona no cérebro uma atenção redobrada em relação aos riscos da atividade e afasta a possibilidade do acidente.

Mas a pergunta continua: por que mesmo tendo dúvidas alguns realizam a atividade? Por que mesmo precisando preencher a análise de risco ou a permissão para trabalhos especiais, eles escolhem não fazer?

Porque essas escolhas são como um motim dentro do cérebro! Ele, o trabalhador, não tem dúvidas do como deve fazer, mas então por que acaba fazendo da forma que sabe não deveria?

Para Daniel Kahneman, Psicólogo israelense e vencedor do Prêmio Nobel de Economia, o cérebro tem dois tipos de pensamento: o primeiro é rápido, intuitivo e confia na experiência, na memória e nos sentimentos para tomar decisões. Já o segundo é lento, analítico e serve como uma espécie de guardião do primeiro. Isto está muito bem exposto em seu livro ¨Thinking, Fast and Slow¨.

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A espinha dorsal de “Thinking, Fast and Slow” é a divisão que o autor faz da mente humana em dois componentes. Os chamados de sistemas.

O sistema 1 toma decisões rápidas, de maneira intuitiva e sem esforço. Baseadas em nossa memória associativa (é o Fast/Rápido). Já o sistema 2, mais lento, é acionado quando nos encontramos em uma situação que exija concentração (é o Slow/Lento).

É o sistema 1 que nos faz, por exemplo, lembrar do número 4 quando vemos a operação 2+2. Já o sistema 2, assume o comando quando nossa memória não tem recursos suficientes para dar uma resposta automática. É um sistema mais lento, que nos tira mais energia. Por exemplo, quando deparamos com a conta 17×24.

O conhecimento de como realizar a ação da forma correta todos possuem.

Todo trabalhador que passou por treinamento, é cobrado e sabe por intuição igualmente quando uma atividade oferece riscos extremos. Para tanto existe o mapeamento de risco, o departamento de segurança, a Cipa, enfim, toda uma estrutura que o leve a tomar e fazer a escolha certa.

O sistema 1 lhe permite identificar rapidamente do que se trata a ação e escolher rapidamente como executá-la. Mas é o sistema 2 que lhe possibilitará chegar ao resultado correto.

Como o sistema 2 demanda esforço e concentração, em alguns casos ele deixará ao sistema 1 a tarefa de resolver situações de conflito, em outras palavras muitas vezes deveria decidir com o segundo sistema, mas decide com o primeiro.

Desta forma tomam decisões rápidas baseados em sua experiência pessoal (já fiz desta forma e deu certo ou já vi meu colega fazendo desta forma então vou fazer como ele).

Cada vez que um contratante me pede que aborde e enfatize temas como análise de risco, lock out/tag out, me pergunto: o que faz um trabalhador precisar de reforço em uma área tão sensível e que pode fazer toda a diferença em sua vida em caso de acidente?

Deveria ser o contrário, o trabalhador deveria exigir a possibilidade de recusar uma ação. Porque ao realizar a análise de risco percebe que não está pronto, que não tem conhecimento suficiente ou não tem os equipamentos adequados para a realização de tal ação.

Talvez a Neurocientista inglesa Tali Sharot, explique um pouco, em seu livro ¨O Viés Otimista¨. Nele ela explica que toda pessoa sempre tende ao otimismo, mesmo quando não há motivos para isso. Temos a tendência de achar que nada de errado vai acontecer, que a experiência é suficiente e etc.

Para utilizar o sistema 2 , o lento, vou precisar criar um hábito (já escrevi como um hábito se forma). E consequentemente mudar o comportamento de risco para comportamento seguro.

É um tema empolgante, dinâmico e que precisa ser exposto e discutido, pois só desta forma mudaremos os números dos acidentes de trabalho. Na minha visão passa mais pelo aspecto individual do que pelo sistêmico.

Análise de risco, o ideal na busca pela excelência em segurança.


Elon Silveira / Comunicador
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