Conflito de gerações no trabalho
O mercado de trabalho vive algo inédito, temos várias gerações dividindo o mesmo espaço, tarefas e responsabilidades nos escritórios. Há empresas, por exemplo, que contam com profissionais de 4 gerações diferentes e diante disso, saber lidar com a situação e entender como e porque ocorre o chamado “conflito de gerações” é uma das tarefas do RH e dos demais líderes.
Fatores sociais, econômicos e culturais estabeleceram a criação e a divisão da sociedade em gerações, que lidam de formas diferentes com a tecnologia, informação, comportamento, comunicação, trabalho, etc.
As gerações no mercado de trabalho
Baby Boomers
Após a segunda guerra mundial houve uma grande explosão demográfica, por isso o nome dessa geração, nascida entre 1945 e 1960. Essas pessoas passaram por uma transformação cultural muito grande. Os ideais de liberdade, o feminismo, os movimentos a favor dos homossexuais e os atos de resistência à censura militar foram fatos que marcaram essa geração.
No mercado de trabalho, essa geração é representada por profissionais que apreciam a estabilidade e passam anos na mesma empresa e no mesmo cargo. Para eles o trabalho é uma forma de prover o sustento, não tiveram muita liberdade de escolha na carreira e muitos não tiveram oportunidade de fazer um curso superior antes de ingressar no mercado de trabalho.
Geração X
Os nascidos entre 1961 e 1980 representam a geração X, que foram os primeiros a pensar que empresa não é tudo e que hierarquia precisa ser respeitada, mas pode ser menos rígida. Apreciam a estabilidade e são profissionais comprometidos e consistentes em suas ações. No mercado de trabalho estão no auge da sua carreira e esperam reconhecimento profissional. O maior desafio para esses profissionais é lidar com a tecnologia e acompanhar os processos de mudança, que para eles ainda é bem desafiador.
Geração Y
Os também chamados de Millennials, são pessoas nascidas entre 1981 e 2000 e marcadas pela revolução tecnológica. Eles não precisam ser treinados para lidar com tecnologia, eles já entram no mercado de trabalho com essa habilidade.
São mais informais e por isso eles não apreciam a hierarquia rígida. Sua mentalidade é de que a empresa precisa se adaptar a eles e não o contrário.
Essa é a geração que desafia a maioria dos gestores, pois tiveram mais preparo para ingressar no mercado de trabalho, querem trabalhar por paixão e por propósito. Não estão preocupados com estabilidade, nem com status social, sua maior preocupação é ser feliz fazendo o que gosta.
Geração Z
A geração mais jovem no mercado de trabalho nasceu a partir de 2001, tem conectividade espontânea com o mundo virtual, não conhecem o mundo sem ela. A tecnologia para eles não é apenas um meio de comunicação ou de trabalho, ela é vital e fundamental para a sobrevivência.
Muitos desses jovens estão iniciando no mercado de trabalho, com 19, 20 anos. Ele são extremamente autênticos, defendem causas com afinco, tem opinião própria, se posicionam e buscam a verdade acima de tudo.
Como lidar com os conflitos de geração no trabalho?
Cada geração tem maneiras diferentes de lidar com as situações cotidianas e a relação de trabalho. Segundo uma pesquisa feita pela Amcham Brasil, atualmente, 75% das empresas enfrentam problemas relativos ao conflito de gerações no trabalho. Mas, prevenir esses conflitos só seria possível se as empresas optassem por contratar profissionais de apenas uma geração, o que seria prejudicial para os negócios, uma vez que todas as gerações tem suas qualidades e importância para os processos de forma geral.
1- Retirando os rótulos
Entender as características das gerações é uma coisa, rotular as pessoas é outra completamente diferente, e o que acontece na maioria das vezes é que são criados esteriótipos, o que não é saudável para qualquer relação.
A dificuldade natural em lidar com tecnologia dos Baby Boomers não deve ser entendida como incapacidade, nem a informalidade dos Y pode ser confundida com irresponsabilidade ou falta de compromisso com o trabalho.
Nenhum conflito pode ser gerenciado se não nos livrarmos dos esteriótipos e esse é o primeiro ponto principal ser trabalhado por RH’s e lideranças nas empresas.
2-Atualização
Todos os colaboradores podem se atualizar e as lideranças devem incentivar as mudanças e o aprendizado e desenvolvimento contínuo de todos os colaboradores, independente da geração da qual faze parte.
3-Política de Benefícios Flexível
Uma forma de trabalhar a retenção de profissionais de todas as gerações e atender às suas necessidades ao mesmo tempo, é fornecer pacote de benefícios flexíveis.
Como a geração Y valoriza a qualidade de vida, propósito e prazer, um curso de inglês, plano de carreira ou horários flexíveis podem ser muito atrativos do que plano de saúde e vale alimentação, por exemplo, uma vez que salário e ascensão alta na carreira são muito mais valorizados do que benefícios do pacote padrão.
Já para a geração X, um plano de saúde extensivo á família, e benefícios que ajudam a equilibrar vida pessoal e profissional como apoio para a gestão das finanças pessoais e previdência privada podem ser ótimas escolhas.
O mais importante, é que para evitar os esteriótipos, os benefícios sejam oferecidos de acordo com o interesse do colaborador e não apenas com relação á sua idade ou geração a qual faz parte.
4-Diálogo e preparo
Novas gerações continuarão a entrar no mercado de trabalho, por isso, é preciso entender e se antecipar às necessidades dos novos profissionais, mantendo um canal aberto de diálogo com todos da equipe.
Para continuar tendo um papel de destaque e garantir a plenitude de qualquer negócio é importante estar antenado nas mudanças relacionadas á tecnologia, diversidade, fatores sociais e econômicos que podem influenciar nas relações e sempre deixando todas as informações de forma clara a todos os envolvidos.