No final dos anos 80, os militares americanos criaram o termo VUCA, que em português significa volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. Esse era a situação do mundo nos anos 80 com a guerra fria.
E se andamento das coisas já deixava a gente meio doido antes da pandemia de covid-19, depois dela é crescente a dificuldade de interpretação do mundo, que aumenta na proporção da velocidade do wi-fi.
Mas nem todo mundo sabe que sente isso – tem os assintomáticos que passam esse sentimento pra frente, sem saber. O nível de anestesia varia.
A tecnologia que conecta é a mesma que acelera e faz sofrer. O conceito VUCA não serve mais, e você já deve ter sentido que o que está acontecendo está estranho.
Depois da pandemia, essa definição de mundo ficou totalmente ultrapassada, insuficiente. Então o futurista Jamais Cascio atualizou o conceito para BANI, traduzido parar frágil, ansioso, não-linear e incompreensível.
Estruturas frágeis diante de tantas mudanças, pessoas ansiosas pelo dia de amanhã, falta de parâmetros e quebra de padrões prejudicando a tomada de decisões, enorme volume de dados tornando difícil a compreensão em profundidade.
Assim é o mundo de hoje, onde uma decisão na Rússia pode ter efeito no Pará em alguns minutos. Quem pensava em um vírus tomando o mundo com a ciência que temos?
A palavra colapso é usada diariamente. O estado de incapacidade pelo enfraquecimento não apenas do sistema de saúde, mas das estruturas políticas, sociais, humanas. Expandimos a mente, mas o espírito não acompanhou.
Na filosofia indiana: era de ferro (kali iuga), na astrologia: fim da era de peixes, para os espíritas: transição planetária, para os cristãos, pode ser o apocalipse. Seja o que for, se você ainda não sentiu algum desequilíbrio bater à porta, sentirá.
Nando Reis já cantava que “o mundo está ao contrário e ninguém reparou” – então é preciso aprender a andar de ponta-cabeça.
E você, o que faz para buscar o equilíbrio diante da ansiedade e incerteza?