Dicas para treinadores e multiplicadores de treinamentos
Em época de muita oferta de curso na modalidade on line, o da modalidade presencial ainda ocupa significativa parcela de contribuição no mercado de treinamento & desenvolvimento. Assim sendo, a partir de mais de 25 anos de experiência como treinadora, compartilho algumas dicas quanto a esse desafiador e estimulante papel, sem a intenção de esgotar a gama de conhecimentos, técnicas e estratégias ao alcance de todos, através de literatura diversificada e da aprendizagem decorrente da própria experiência.
As dicas práticas estão categorizadas em dois momentos marcantes:
• Planejamento
• Condução (Abertura, desenvolvimento e fechamento).
Com relação ao planejamento, o treinador deve ficar atento a alguns itens básicos, quais sejam:
1. Tema ou assunto definido
2. Público ou audiência identificado e diagnosticado
3. Objetivo e resultado esperado definido e acordado
4. Tempo alocado
5. Conteúdo identificado e elaborado respeitando o encadeamento lógico (da perspectiva geral para a específica)
6. Estratégia e técnicas de ensino definidas e elaboradas
7. Infraestrutura identificada e providenciada
8. Recursos definidos e elaborados
9. Equipamentos definidos e disponibilizados
10. Formas de avaliação definidas e elaboradas
11. Valor do investimento orçado
12. Plano de aula elaborado
13. Check list de verificação cumprido
No que diz respeito à Condução do treinamento, podemos considerar três fases importantes: Abertura, desenvolvimento e fechamento.
Na fase da Abertura, o treinador deve investir aproximadamente 10% (dez por cento) do tempo para:
1. Assegurar que ocorra o conhecimento mútuo entre participantes e o próprio treinador e que os nomes estejam visíveis (crachá, prisma, etc.).
2. Apresentar uma visão geral do tema, destacando a importância e os benefícios para os participantes.
3. Quebrar o gelo inicial, aplicando alguma dinâmica de grupo com esse propósito.
4. Sondar o nível de conhecimento dos participantes com relação ao tema.
5. Apresentar o objetivo e o resultado esperado com o treinamento.
6. Sondar as expectativas dos participantes com relação ao treinamento.
7. Ajustar as expectativas alinhadas ao objetivo e a agenda.
8. Apresentar a agenda, destacando os conteúdos que serão abordados e os tempos alocados para cada.
9. Definir acordos de funcionamento para assegurar que a dinâmica interpessoal seja pautada no respeito mútuo, participação efetiva e troca de experiências.
10. Esclarecer quanto à estratégia de ensino, as técnicas e os recursos a serem utilizados.
11. Orientar quanto às formas de avaliação.
Na fase de Desenvolvimento, é o que o treinador concentra a maior parte do tempo alocado. Desta forma, o treinador deve investir aproximadamente 80% (oitenta por cento) do tempo para:
1. Desenvolver e processar os conteúdos propostos.
2. Estabelecer uma comunicação assertiva e empática.
3. Aplicar a estratégia e as técnicas de ensino previstas no planejamento.
4. Lançar mão do uso dos recursos audiovisuais como estímulo a participação e reforço positivo dos conteúdos.
5. Fazer uso o lazer point e passador de slides.
6. Assegurar movimentação e gesticulação alternadas, sem exageros e evitando ficar parado num só ponto da sala de aula.
7. Manter o contato visual com todos.
8. Lançar mão dos recursos de voz: volume, entonação e velocidade.
9. Alternar o ritmo da exposição buscando manter a atenção e participação de todos.
10. Administrar o tempo
11. Para cada conteúdo abordado lançar mão de sondagens abertas e fechadas como estímulo a participação e evitar discursos longos e monólogo.
12. Aplicar exercícios individuais e em grupo.
13. Estimular o compartilhamento de exemplificações e casos práticos com forma de estabelecer correlação entre teoria de prática.
14. Ouvir ativamente os participantes.
15. Mediar os eventuais conflitos construtivos e desagregadores.
16. Lidar com comportamentos disfuncionais específicos, tais como: dispersão, contestação, conversa paralela, entre outros.
17. Realizar verificações de aprendizagem ao longo do desenvolvimento do treinamento.
18. Testar entendimento e estimular a prática do feedback.
Na fase de Fechamento e avaliação, o treinador deve investir aproximadamente 10% (dez por cento) do tempo para:
1. Anunciar o fechamento
2. Realizar uma breve recapitulação dos conteúdos abordados.
3. Sondar com o propósito de verificar a oportunidade de realizar esclarecimento complementar ou lançar mão de exemplificações a mais.
4. Aplicar avaliação de conhecimentos, habilidades e atitudes (se for este o caso).
5. Indicar bibliografia, artigos, sites para incentivar o autodesenvolvimento.
6. Obter feedback dos participantes quanto aos aspectos positivos e de melhoria do treinamento.
7. Aplicar a avaliação de reação (opcional que seja anônima)
8. Indicar disponibilidade e forma de contato.
9. Agradecer a participação.
Como treinador ou multiplicador são muitos os desafios enfrentados em sala de aula, e se nos identificamos com esse papel, todas as dicas citadas neste breve artigo, são naturalmente aplicadas com o passar dos anos da carreira até alcançarmos o patamar de transcender a elas, através da conexão empática com o público. Essa conexão viabiliza a capacidade de ir além das técnicas, sem olvida-las, provocando a transformação.
ótimo! Obrigada pelas dicas.
Olá, Heloisa. Muito obrigada pelo seu comentário. 💜🤗
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