As habilidades de liderança estão em constante evolução, impulsionadas pelas mudanças no ambiente de negócios, na tecnologia e na força de trabalho. Confira nesse artigo algumas tendências de habilidades de liderança para 2023 e algumas das maiores referências no mercado.
Que o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e evoluindo praticamente todos os dias, você e eu já sabemos. Mas você sabe o que é completamente indispensável em um cenário como esse? Bem, se você colocar na balança, sem sombra de dúvidas boas lideranças estão no topo desses pré-requisitos, uma vez que são as pessoas responsáveis por inspirar e guiar os times para alcançar os objetivos da empresa e, assim, contribuir para o seu crescimento em potencial.
A grande questão não é necessariamente a resposta para essa questão, que já temos; é onde ela pode ser encontrada. Não é fácil achar pessoas que possuem as habilidades para cargos de gestão. Das soft skills às hard skills, um líder deve ter um olhar humano e técnico ao mesmo tempo, para garantir que o ambiente corporativo seja confortável e motivador às equipes, sempre em um caminho estratégico na produção de soluções e propostas inovadoras.
Dito isso, quais são as skills de liderança mais buscadas pelas empresas atualmente?
Na difícil missão de buscar líderes capacitados para conduzirem os times, as empresas já estão mostrando quais são os principais critérios de contratação para os cargos em 2023. Dentre as habilidades de liderança mais pedidas, estão:
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Digital Skills: as famosas habilidades digitais praticamente se estabilizaram na lista de pré-requisitos para ser um bom líder, visto que as atividades profissionais envolvem cada vez mais interações virtuais e o uso de ferramentas tecnológicas. Nesse sentido, quando um profissional possui competências técnicas relacionadas a essas plataformas e sistemas, há uma facilidade maior em construir possíveis resultados inovadores no dia a dia; afinal, todos os setores de uma empresa precisam trabalhar com dados e com tecnologias que tragam eficiência para o negócio.
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Flexibilidade: como disse no começo do texto, o mercado está mudando a todo momento. Ou seja, sem um líder flexível e que se adapte a imprevistos é impossível lidar com situações inesperadas e desafiadoras — que, com certeza, vão acontecer. Estar aberto a novas ideias e perspectivas pode levar a marca a encontrar soluções mais criativas e eficazes para os desafios enfrentados pela equipe como um todo.
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Multidisciplinaridade: ainda no sentido das mudanças que temos visto no mercado por conta das novas tecnologias, de nada adianta uma liderança flexível se ela não tem a capacidade de integrar todas as ideias e aplicações de conceitos à sua volta. Portanto, a habilidade de ser um profissional multidisciplinar, que se desenvolve em T (em profundidade e variedade), que possui vários conhecimentos e se comunica com diversos setores, permite uma tomada de decisões mais informada, assertiva e estratégica. Isso sem falar no aspecto da criatividade que a skill promove, já que o líder estará cercado de times diversificados e com pensamentos complementares.
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Escuta ativa: é chover no molhado dizer que um líder não é a mesma coisa que um chefe, certo? Por isso, boas lideranças não chegam às marcas distribuindo ordens, mas sim entendendo as necessidades e expectativas das pessoas colaboradoras para agir de forma mais efetiva na solução de problemas e na tomada de decisões. Consequentemente, se os times veem que o seu gestor não se coloca em uma posição superior e como alguém que está andando lado a lado com a equipe, o ambiente entre ambas as partes se torna muito mais saudável e confiável.
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Capacidade de inovar: o termo “pensar fora da caixa” pode parecer um clichê, mas nunca foi tão necessário quanto no período atual do mercado. As companhias só se destacam dentro do cenário competitivo quando possuem diferenciais em seus produtos, serviços e soluções. Por essa razão, os perfis de líderes mais buscados têm sido aqueles que não têm medo de experimentar novas ideias e encontrar oportunidades inéditas para o crescimento e desenvolvimento dos negócios, seja internamente ou em relação às concorrências.
Exemplos de habilidades de liderança que transformaram as suas áreas
Tudo bem, essas habilidades de liderança são tendências para os próximos anos, mas parecem um pouco familiares, não é mesmo? O motivo disso é o fato de algumas das maiores referências de líderes do mundo dos negócios possuírem essas skills, as quais, literalmente, transformaram empresas. Três delas que podemos destacar aqui são:
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Ginni Rometty: só por ter sido a primeira mulher a liderar a IBM, gigante da tecnologia norte-americana IBM, Rometty já mereceria um lugar na lista; a sua conquista fez com que a diversidade e a inclusão fossem mais valorizadas dentro da marca, contribuindo para o aumento de postos de trabalho para o público feminino e outras minorias. Como se não bastasse, ela conseguiu alavancar diversas ideias no seu tempo como CEO do grupo quando o mesmo estava passando por uma renovação, investindo em temas como inteligência artificial e computação em nuvem, tópicos fundamentais para o setor tech nos dias de hoje.
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Satya Nadella: o executivo indiano não se tornou o CEO da Microsoft à toa; suas habilidades de liderança conseguiram colocar a empresa de volta no topo do mercado de big techs, muito por uma lógica de trabalho parecida com a de Rometty. No quesito de inovação técnica, as plataformas de nuvem também foram a grande aposta dele dentro da marca, algo que claramente era uma visão de negócios acertada. Já na gestão de pessoas, o líder é reconhecido por acreditar na igualdade dentro dos times, defendendo a inclusão e a felicidade de todos aqueles que cercam o ecossistema corporativo.
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Yamini Rangan: também nascida na índia, o histórico de liderança de Rangan é uma prova viva de que ela foi feita para o cargo. Já tendo passado por essas posições em empresas como Dropbox e Workday, hoje ela é CEO da HubSpot, desenvolvedora de software que está a quase 20 anos no mercado e segue crescendo. Nessa trajetória, a executiva se destacou por estar próxima das operações e focar em todas as pessoas inseridas no processo, sejam elas colaboradoras ou clientes; ou seja, sua principal habilidade reverbera em outra, que é a de inspirar equipes para levar experiências marcantes ao público.
*Adriano Almeida é co-founder e Chief Operating Officer (COO) da Alura, também responsável pela Alura Para Empresas, unidade de negócios que apoia organizações com soluções de educação corporativa para capacitação de equipes em habilidades digitais. Formado em Sistemas de Informação, foi desenvolvedor e há mais de 10 anos trabalha com tecnologia e educação. É professor, além de palestrante em diversos eventos no Brasil e no exterior.